O FANTÁSTICO REGIME DE CAPITALIZAÇÃO

Gilberto S. Pires – 15.01.2019

gilberto simões pires

Gilberto Simões Pires


PREVIDENTE

Mais do que sabido, PREVIDENTE é o indivíduo sensato, prevenido e/ou precavido, que age com prudência. Infelizmente, no nosso empobrecido Brasil, o regime de -REPARTIÇÃO- adotado para gerir (?) a PREVIDÊNCIA SOCIAL, que consagra a existência de DUAS CLASSES SOCIAIS EXTREMAMENTE DESIGUAIS, nada tem de sensata e muito menos de prudente.

INJUSTIÇA MISTURADA COM PRIVILÉGIOS

Na realidade, o que propõe a nossa PREVIDÊNCIA SOCIAL, e aí de forma pra lá de gigantesca, é a soma de exagerada INJUSTIÇA para muitos e excesso de VANTAGENS INCONCEBÍVEIS para poucos, notadamente para quem ocupa a PRIMEIRA CLASSE, reservada apenas aos privilegiados funcionários públicos e militares. REGIME DE CAPITALIZAÇÃO

Para sair, definitivamente, deste -IMBRÓGLIO E INJUSTO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO-, que além de injustiça ainda produz ROMBOS IMPAGÁVEIS, é preciso abandonar o detestável REGIME DE REPARTIÇÃO e entrar, de forma triunfal, no fantástico REGIME DE CAPITALIZAÇÃO. 


SOMA DOS ROMBOS

Considerando que a soma dos ROMBOS produzidos pelo horripilante REGIME DE REPARTIÇÃO de ambas previdências (setor público, ou PRIMEIRA CLASSE, e setor privado, ou SEGUNDA CLASSE), superou, em 2018, a marca de  R$ 400 BILHÕES, não há como esperar mais para introduzir o REGIME DE CAPITALIZAÇÃO. 

O QUANDO E O QUANTO
Observem que por ser estritamente individual, no REGIME DE CAPITALIZAÇÃO não há privilégios e/ou injustiças. Tudo porque o governo simplesmente deixa de se intrometer na decisão de quem, efetivamente, deve decidir -QUANDO- pretende se aposentar e -QUANTO- pretende receber da poupança que acumulou ao longo do período que contribuiu.

EM TESE

Em tese, o REGIME DE CAPITALIZAÇÃO, como exemplificou, dias atrás, o pensador Roberto Rachewsky, é o seguinte: quem, por exemplo, conseguiu aos vinte e cinco anos criar valor suficiente para se aposentar e viver de renda até morrer, que o faça. E quem, como eu, não gerou valor suficiente para isso, que trabalhe até morrer ou viva de caridade.

Ah, se alguém perguntar o que faremos com os pobres, Rachewsky vai direto ao ponto: – Meus amigos, olhem a realidade. O que os governantes têm feito com os pobres é explorá-los sob o pretexto, hipócrita e improvável, de que a exploração é para ajudá-los.

Não apenas os pobres são os que mais se sacrificam, proporcionalmente a sua renda, para sustentar os privilegiados do governo, como são os que mais perdem com a regulamentação e a tributação que lhes tira as oportunidades de florescer e prosperar que somente são encontradas onde há liberdade.

Liberdade de decidir o que fazer para buscar a própria felicidade, sem que sejam obrigados a sustentar sob a mira de uma arma do estado, esse verdadeiro exército de militares e civis privilegiados.

Não quero reforma. Quero um novo sistema, individualizado, privado, capitalizado, para proteger os indivíduos da ganância atávica e irrefreável do estado.


FUNDO PARA CUSTEAR A TRANSIÇÃO – Vejam que enquanto escrevia este editorial me deparei com a notícia veiculada no jornal Valor de hoje  dando conta de que o governo estuda a possibilidade de criar um fundo para custear a transição do regime de repartição simples para o de “capitalização”. Dentre as ideias avaliadas estão o direcionamento para o fundo de ativos como imóveis, recursos de privatização ou vinculação com receitas futuras. Que tal?

AVIÃO NO AR

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José Roberto Guzzo no dia 05 de janeiro, no Instituto Millennium.

Zeroberto no pedaço. Depois de vermos as variadas e repetidas tentativas de botar a Embraer para baixo, pelos petralhas, (a última é do PDT, do abominável Carlos Lupi, aquele que foi expulso até pela anta paralítica). Guzzo, como sempre, com seu tacape afiado, merecidamente distribui porrada prá todo lado. Não importa que a empresa tenha sido privatizada. O importante, para esses filhos da puta, é que a empresa vá à falência, mesmo sendo a 3ª produtora de aviões comerciais do mundo, e seus mais de 18 mil empregados percam seus empregos, apenas para causar dor de cabeça ao novo presidente do Brasil. O risco é que a Airbus comprou a Bombardier canadense, sua principal concorrente e pode ameaçar a posição da Embraer. A política brasileira é mesmo bem rasteira e imunda…


O Brasil da primeira classe continua brincando de democracia americana todas as vezes que se agita o seu submundo jurídico — aquela usina processadora de lixo onde são fabricadas, embaladas e distribuídas as leis neste país. Você sabe do que se trata. É a combinação mortal de Câmara dos Deputados com Senado Federal mais o STF, as outras “cortes superiores” e as 500 modalidades de Ministério Público que se encontram a cada esquina — tantas que nem os próprios procuradores saberiam dizer quais são. Há ainda os 18 000 juízes. Há a OAB. Há os advogados de porta de condomínio de luxo. Há a elite civilizada, liberal e movida a direitos, que defende qualquer aberração carimbada como “letra da lei” — e, se a letra da lei nega a aplicação da justiça mais elementar, dane-se a justiça mais elementar. Há os “garantistas”. Há de tudo, até quem ache uma conquista da humanidade soltar milhares de criminosos durante o período das festas, mesmo que tenham matado pai e mãe a pauladas. É um milagre, pensando bem, que o Brasil ainda exista. Deve ser a simpatia, o poder do algo mais e da alegria.

O novo presidente, Jair Bolsonaro, já está despachando desde 1º de janeiro no Palácio do Planalto, aclamado por mais de 100 000 pessoas na festa da posse, seus ministros começam a tomar providências práticas e nenhum dos cataclismos que deveriam destruir o Brasil com a sua vitória, segundo nos garantem há meses, aconteceu até agora. Mas a porção mais destrutiva da sociedade brasileira, essa que sobrevive traficando com leis e construindo um novo Estado de Direito a cada quinze dias, não dá nenhum sinal de que tenha percebido alguma mudança no Brasil — não admite que a população quer um novo país, pois é óbvio que se encheu definitivamente do velho. O resumo da ópera, segundo os espíritos de Primeiro Mundo que querem pensar por você, é o seguinte: este governo que está aí não vale. Em consequência, tudo o que fizer estará errado e será provavelmente ilegal. A ordem é: já que o “outro lado” teve mais votos, então que se impeça o governo de governar, através da produção contínua de baderna legal. É essa a “resistência” de que se ouve falar. O avião já fechou as portas e decolou; é um mau negócio, para todos, ficar torcendo para o piloto se dar mal. Mas eis aí: o que interessa aos “resistentes” é fazer o avião cair com todo mundo dentro. Depois se vê. Pelo menos, dizem eles, salvamos a democracia no Brasil.

A produção de desordem jurídica se faz por muitos lados, é claro — já há gente de terno e gravata falando em impeachment de Bolsonaro, por exemplo, ou indagando se não foi sua família que matou a vereadora Marielle. Mas o foco principal da torcida organizada está no STF, no qual a sabotagem contra a ordem legal continua sob o disfarce de ação civilizatória em favor dos direitos universais do homem — quer dizer, em favor de soltar Lula da cadeia. “O STF é hoje o mais nefasto fator de instabilidade institucional no Brasil”, disse recentemente o jurista Modesto Carvalhosa. Alguém sabe de outro? Na última brincadeira feita ali para virar a mesa, o ministro Marco Aurélio, por conta própria, mandou que Lula fosse solto. Pura palhaçada. Dali a pouco o atual presidente, Dias Toffoli, anulou a ordem e virou o “Anjo Bom da Direita” — ou, talvez, um personagem daqueles programas de auditório do tipo “Rainha por um Dia”. Está cheio de gente assim por lá. O ministro Luiz Fux, há pouco, mandou prender o terrorista e quádruplo homicida italiano Cesare Battisti — isso depois de ficar garantido que o sujeito tinha fugido, sob a bênção de um habeas-corpus dado em 2017 pelo mesmíssimo Fux. Há aquele Fachin, que um dia manda o Brasil obedecer “à ONU” e permitir a candidatura de Lula e no outro segura na cadeia a ladroada da Lava-Jato.

A próxima exibição de circo que mostrará como “estão funcionando” as nossas “instituições” está prevista para abril — quando se fará a centésima tentativa de tirar Lula da cadeia, agora com o julgamento final pelo STF da questão da condenação em segunda instância. O cidadão deve ser preso depois de condenado em duas instâncias, como ocorreu com Lula, ou só poderá ir para a cadeia se for condenado três vezes seguidas, como querem os campeões do “direito de defesa”? Apareceu um problema, aí: descobriu-se que, para soltar Lula, será preciso soltar dezenas de milhares de assassinos, estupradores e até feminicidas, imaginem só, hoje trancados nas penitenciárias. Como é que se faz? É a entrada no mundo da insânia. Talvez seja melhor parar logo com isso.