A DIGNIDADE NACIONAL FRENTE À IDEOLOGIA DO CONFLITO

Percival Puggina – 

puggina

Percival Puggina

Como entender esse sentimento de inferioridade, de desapreço em relação a nós mesmos, sendo herdeiros de uma história e de uma cultura tão ricas? Qual a causa desse rastejar em culpas e remorsos, como se ser brasileiro equivalesse a viver num estuário de vilanias e maldições?

A visão negativa a que me refiro iniciou com a propaganda republicana. No entanto, nada fez tanto estrago à nação quanto o discurso esquerdista ao suscitar conflitos sem os quais sua ação política entra em coma.

É como se a história do Brasil fosse uma reportagem de horrores que começa com genocídio indígena e escravidão. A partir disso não tem mais cura nem conserto. Ora, qual país não registra páginas escuras em seus anais? Qual não viveu ou criou situações assim? Não conheço outro, contudo, que as traga de modo permanente à luz para repudiar suas origens desde o Descobrimento, injuriar a identidade nacional e desprezar a própria dignidade. Desconheço estupidez análoga em outro lugar planeta!

São ideias difundidas por supostos estudiosos dos temas nacionais que se aborrecem com o fato de nosso povoamento haver transcorrido no período histórico correspondente ao absolutismo monárquico. Deprime-os a maldição de que o mercantilismo fosse o sistema econômico então vigente. Incomoda-os saber que no século XVI foi levado o último toco de pau-brasil, sem o qual fomos obrigados a sobreviver até hoje. Atribuem nossas dificuldades financeiras ao ouro arrancado de nossas entranhas (uma exploração privada, sobre a qual a Coroa cobrava 20% de imposto) e que gerou desenvolvimento econômico e social em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

De fato, a Coroa portuguesa entre os séculos XVI e XIX não regia uma economia de livre mercado, não era uma monarquia constitucional, nem uma “democracia popular”, nem era “politicamente correta”! Ora pombas, que coisa mais anacrônica!

Prefiro outro modo de ver a história. Prefiro valorizar a riqueza cultural de que somos herdeiros, enriquecida pelo aporte das varias etnias que aqui se agregaram. Nessa herança, valorizo o idioma que falamos. Ele resulta de laboriosa construção no tempo e lança raízes na Península Ibérica desde que, vitorioso na 3ª Guerra Púnica, o Império Romano conquistou a região e criou a província Lusitânia. Não fosse isso, falaríamos o idioma púnico de Cartago, ou o germânico dos suevos, ou o gótico dos visigodos. A história do nosso belo idioma também é nossa e tem tudo a ver com a cultura e a identidade nacional.

A religião é parte integrante da cultura dos povos em todas as civilizações. Não há povo sem religião. Parte valiosa de nossa identidade, então, está fornecida pelo cristianismo aqui aportado de múltiplas formas pelos nossos povoadores. É igualmente longo, procede de Roma e vive momentos decisivos na Ibéria do século VI, o processo de conversão daqueles povos ao cristianismo. Também é nossa essa história.

 A ideologia do conflito, revolucionária, precisa destruir a base cultural das sociedades ocidentais cristãs. Tanto quanto Marx viu a religião como ópio do povo, seus seguidores percebem que precisam destruir a cultura do Ocidente. Para isso trabalhou a Escola de Frankfurt e para isso opera parcela expressiva do mundo acadêmico brasileiro.

Como parte dessa estratégia perversa, enquanto outros povos se orgulham de sua nacionalidade, cultuam seus grandes vultos, enfeitam suas cidades com monumentos que os exibem à memória e reverência de sucessivas gerações, aqui eles são escondidos. Quantos monumentos a Bonifácio? Frei Caneca? Nabuco? D. Pedro II? Isabel? Mauá? Rio Branco? Caxias? Patrocínio? Rui? Quantos estudantes brasileiros conseguiriam escrever cinco linhas sobre qualquer deles?

Se não vemos dignidade em nossa história, dificilmente a veremos em nós e muito mais dificilmente a veremos nos outros. Seremos grotescos pichadores de nós mesmos. Tenho orgulho das minhas raízes como brasileiro. É a política do tempo presente que me constrange.


* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site http://www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

ROQUE SPONHOLZ

E no país da escuLULAmbação…



As lesmas lerdas…


 

POUPANÇA BAMERINDUS

magu

j r guzzo

Quem lembra do reclame? O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa… Era exibido no Programa do Faustão, desde 1989, e o jingle era cantado pelos Os Cariocas https://www.youtube.com/watch?v=Y_1Op5lq3BI
O começo do texto do zeroberto é me levou à essa viagem ao passado não tão distante.


COBRA NA RUA
J.R. Guzzo – Copiado do TMU – Toma mais uma
O tempo passa, o mundo gira, a tecnologia tornou o homem de hoje melhor informado do que jamais foi desde que escrevia nas paredes da caverna, mas continua não existindo no universo nenhuma força capaz de fazer a humanidade saber com um mínimo de exatidão o que acontece no Brasil. Entenda-se, aí, os países bem sucedidos ─ aqueles com renda per capita acima de 40.000 dólares por ano, acostumados a viver sob o império da lei e capazes de ganhar prêmios Nobel em assuntos sérios como física, química ou matemática. Dos demais, é inútil falar. Nem sabem onde fica o Brasil, e quando por acaso ficam sabendo de alguma coisa, nunca se interessam em saber mais. Nossa real carência, desde sempre, é o vasto pouco caso que o mundo civilizado demonstra em informar-se um pouco melhor sobre o Brasil. É desagradável. Naturalmente, isso não torna o Brasil pior do que é, nem melhor ─ e, além disso, a imensa maioria da população não se incomoda nem um pouco com a desinformação do mundo externo a nosso respeito. Se milhões de brasileiros não conhecem os fatos mais rudimentares sobre o seu próprio país, porque raios iriam lamentar a ignorância dos suecos ou dos esquimós a respeito do que acontece aqui? Mas para o Brasil mais instruído, que foi à escola, viaja e conversa de política, esse desinteresse universal é uma coisa que incomoda. Justo hoje, no prodigioso mundo da comunicação absoluta em que vivemos? É humilhante.

O mundo desenvolvido, hoje, não é ignorante sobre as mesmas coisas que ignorava no passado, como resultado direto do que sua grande imprensa escrevia sobre o Brasil. Mas por conta do que essas mesmas fontes lhe dizem atualmente, continua imaginando que existem por aqui os fenômenos mais extraordinários. Já não se fala mais, hoje em dia, que há cobras gigantes no meio da rua em Copacabana, que o brasileiro passa a vida dormindo nas calçadas com um sombrero mexicano na cabeça, ou que a capital do Brasil é a cidade de Bolívia. O que mudou foram as áreas sobre as quais a mídia internacional joga os seus fachos de escuridão. Fiel ao espírito dos tempos, a ignorância de hoje tornou-se politicamente correta. Não há mais interesse em dizer que você pode ser comido por uma onça ao atravessar o Viaduto do Chá. O que excita o comunicador de primeiro mundo, agora, é a divulgação do disparate com conteúdo político e social; isso faz parte dos seus deveres de soldado da resistência mundial em favor dos mais pobres, da igualdade, da preservação da natureza, etc. etc.

A cobra de Copacabana na versão de 2018 é a lenda, promovida à categoria de verdade científica pela melhor imprensa internacional, segundo a qual o ex-presidente Lula é um “preso político”. Anda de mãos dadas, nas mesmas páginas, com a fábula de que houve um “golpe de Estado” no Brasil, que derrubou a presidente popular Dilma Rousseff e age, no momento, para impedir que Lula concorra à eleição presidencial de outubro próximo. Praticamente não se diz, em nenhuma notícia, que Lula está preso por que foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em processo legal iniciado com a sua denúncia em setembro de 2016 e concluído com sua condenação definitiva em janeiro de 2018. É quase impossível, da mesma forma, encontrar qualquer menção ao fato de que o ex-presidente usou durante esse período todos os meios de defesa possíveis na legislação universal; contestou todas as decisões do juízo, apresentou dezenas de recursos e não foi capaz de demonstrar, em nenhum momento, a mínima irregularidade legal no seu julgamento. Também não se diz em lugar nenhum que Dilma foi deposta pelo voto de quase três quartos do Congresso Nacional, após um processo de impeachment monitorado em todos os detalhes pelo Supremo Tribunal Federal ─ e durante o qual não se encontrou até agora uma única ilegalidade de fundo ou de forma.

O que a imprensa mundial diz ao público é que Lula está preso porque lidera “todas as pesquisas”; se estivesse solto seria candidato à presidente e ganharia a eleição, e “não querem” que isso aconteça, porque ele voltaria a ajudar os pobres. Quem “não querem”? E o que alguém ganharia ficando contra “os pobres”? Não há essas informações. Não há nenhuma palavra, também, sobre o fato de que a presidência de Lula foi o período de maior corrupção já registrado na história mundial ─ realidade comprovada por delações, confissões e devolução de bilhões em dinheiro roubado.

Mas e daí? Ninguém está ligando para o Brasil como ele é. O Brasil do Zé Carioca é muito mais interessante.

 

ROQUE SPONHOLZ

TÁ LEGAL?

ROQUE SPONHOLZ

Ninguém precisa do seu voto00rs0828drs

martírio

Gilmar diz que réu pode ser presidente e que Lula é “mártir” (o antagonista)00rs0829ars

DIA D, HORA H

Coluna Carlos Brickmann – 29/08/2018

carlosbrickmann
Carlos Brickmann

Agora é hora de começar a campanha verdadeira: sábado, 1º de setembro, começam os 35 dias de propaganda política na TV. O horário gratuito e os anúncios espalhados pela programação normal vêm sendo, a cada eleição, as armas decisivas da campanha. Sim, muita gente hoje se limita à TV aberta; e a força da Internet nunca foi tão sensível. Mas a TV aberta tem acesso a maior número de pessoas do que tevês fechadas e redes sociais, somadas. TV mexe com as emoções do público e, na hora H, são as emoções que decidem o voto.

Neste mundo de imagens e sombras, o rei é Geraldo Alckmin, da coligação liderada pelo PSDB, com 44,2% do tempo. O PT (com Lula, ou com o boneco de ventríloquo que falará em seu nome) tem 18,9%. Bolsonaro, que vem bem nas pesquisas, tem 1,2%. Em números absolutos: Alckmin tem 11 minutos de programa por dia, mais 433 anúncios de 30 segundos em 35 dias. O PT tem 4m44s de programa, mais 185 anúncios. Bolsonaro, 11,6 segundos, mais 11 anúncios – pouco menos de um a cada três dias. Quem ganha?

Nunca se sabe: boca de urna pode ser surpreendente. Mas este colunista, que já viu elefante voar e coelho atacar onça, que viu o Santos de Pelé, Pepe e Zito perder de 6×4 para o Jabaquara, desde que há horário gratuito nunca viu vitória sem boa TV.

Alckmin é o rei da TV, mas também pode ser surpreendente. Vestiu-se de garoto-propaganda de estatais para debater com Lula, estatizante consagrado. E foi surrado no segundo turno com menos votos do que teve no primeiro.

Temer? Quem é?1

Romero Jucá chegou ao Governo ao lado de Temer, como seu amigo de fé e irmão camarada. Romero Jucá faz parte do Governo porque para ele esta é a condição natural: esteve em todos os governos desde Figueiredo até hoje, com a única exceção do período de Itamar Franco, e sempre em altos cargos.

Mas fim de mandato é fim de mandato: Jucá acaba de deixar o Governo e abandonar Temer, segundo diz por divergências – ele, que nunca divergiu de Figueiredo e Collor, de Fernando Henrique e Lula, de Dilma e Temer. Dizem que quer se dedicar à campanha da reeleição, já que as pesquisas o colocam em terceiro quando só há duas vagas, e para ele perder o foro privilegiado não é saudável. Fim de governo é fim de feira. Nem a xepa quer ficar exposta.

Temer? Quem é?2

Henrique Meirelles, solidamente ancorado na parte de baixo das pesquisas, girando em torno de 1%, já tem pronto aquilo que chama de seu primeiro programa eleitoral. Veja só, caro leitor, que descuido! Vazou na Internet!

Meirelles, que foi até há pouco ministro da Fazenda de Temer, se coloca na faixa de Lula. Pois é: lembra que foi presidente do Banco Central no Governo Lula, de 2003 a 2010, desenterra duas antigas gravações em que Lula o elogia, coloca fotos e vídeos de Lula. Temer não aparece. Aliás, quem é esse Temer?

Promessa ou ameaça?

Ciro foi bem na entrevista a William Bonner e a Renata Vasconcelos, no Jornal Nacional. Os dois o entrevistaram com competência, levantando uma série de perguntas difíceis, e Ciro, tranquilamente – calmo! – respondeu sem problemas. Mas fez uma promessa que soa como ameaça: disse que tem cega confiança no presidente de seu partido, Carlos Lupi, PDT. “Lupi terá no meu governo a posição que quiser, porque tenho a convicção de que é um homem de bem”.

Pois é: pegou mal. Conforme Bonner lembrou (e Ciro manteve sua opinião), Lupi responde a inquérito no Supremo sobre compra de apoio político para Dilma, é réu por improbidade administrativa no Distrito Federal, foi demitido do Ministério do Trabalho de Dilma por recomendação da Comissão de Ética da Presidência. Ciro negou que ele fosse réu. Ciro violou uma regra básica da política: para mentir, é preciso combinar, e mentir juntos.

Botar a mão no foto por Lupi é namorar o apelido de Capitão Gancho.

Pagando sempre

A coisa foi discreta, passou meio despercebida, mas aquela antipática taxa cobrada pelas companhias aéreas para transportar a bagagem de seus clientes acaba de ser autorizada também para as empresas de ônibus intermunicipais. O decreto 9.475, de 16 de agosto de 2018, assinado pelo presidente Michel Temer, autoriza as empresas a cobrar meio por cento do valor da passagem a cada quilo de bagagem acima de determinada franquia, Mas há uma concessão ao politicamente correto: cadeira de rodas pode ser levada sem taxa extra. 

É impressionante como as más ideias se espalham rapidamente. A cobrança da taxa por bagagem foi criada para baratear a viagem de quem viaja só com a maleta de mão; e acabou encarecendo a viagem de todos os outros, sem baratear a de ninguém. Ônibus é pior: nele vai quem não pode pagar o avião.

Bem brasileiro

Frase do pensador de língua alemã Georg Lichtenberg (1742-1799), lembrada pelo jornalista Linoel Dias, e que por algum motivo nos fez lembrar do Brasil de hoje: “Quando os que comandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito”

   ______________________________________________________________

ASSINE NOSSA NEWSLETTER NO SITE CHUMBOGORDO (WWW.CHUMBOGORDO.COM.BR)


COMENTE:

carlos@brickmann.com.br
Twitter: @CarlosBrickmann
www.brickmann.com.br

O MILITONTO

magu

Exemplo de um típico militonto petralha acampado na praça dos três ‘podreres’, na Ilha da Fantasia, exigindo a libertação do meliante 9dedos, condenado em segunda instância e preso numa cela particular, foto publicada na Veja de 15 de agosto de 2018.

Em verdade, é mais gozação que outra coisa. Não acredito que seja um militonto. Pela aparência, deve ser mais um vagal brasiliense que está sendo pago pelo partido com sanduba de mortadela e refrigerante Tang (como fazem os sindicatos para levar militontos para demonstrações), para ficar lá com a foto do indigitado.

Para quem não tem o que comer, a situação é uma grande superação de um handicap (*).

(*) Handicap é melhor traduzido por ‘desvantagem’.

 

ROQUE SPONHOLZ


 


 

BRASIL DO NORTE E BRASIL DO SUL

magu

Adonis Oliveira

No post anterior eu disse que fiquei fã do redator, Adonis Oliveira, que tem uma coluna no Papa Berto, do Jornal da Besta Fubana. O cara é foda, como já viram naquele post – Um país ridículo – Ele fala o que deve ser dito, sem papas na língua.


Dentre as inúmeras consequências desastrosas para nossa nação decorrentes da passagem do PT pelo poder, poderia citar como sendo as principais as seguintes:

– Desindustrialização acelerada da economia: Retorno à condição de mero exportador de algumas poucas comodities e importador de produtos com conteúdo tecnológico, situação e condição típica de país de 3º mundo.

– Degeneração total da moral “Ocidental e Cristã: Passou-se a propagandear abertamente a mais completa promiscuidade. Não existe mais MACHO e FÊMEA! É tudo uma questão de opinião e gosto! Daí à explosão de filhos bastardos de adolescentes com menos de 15 anos. Criou-se toda uma geração cujos parâmetros de comportamento são dignos de um bordel de 5ª categoria.

– Encastelamento no poder de uma classe política absolutamente corrupta: Implantou-se um verdadeiro “Vale-Tudo” na política, onde a única regra é a busca pelo enriquecimento rápido e a sobrevivência política. Corromperam-se todos em uma verdadeira bacanal de corrupção e de cinismo descarado; de deputados a senadores, dos juízes dos tribunais superiores aos ocupantes dos principais cargos do executivo.

– Apologia da ignorância e da estupidez: A velha máxima do “Honra ao Mérito” foi solenemente encaminhada à lata do lixo! Passou a ser muito mais importante filiação à corrente ideológica dominante que qualquer competência ou valor profissional. O mote passou a ser: Proteção total do Estado a todos os possíveis apoiadores da “Nova Ordem” hegemônica.

– Criação de toda uma constelação de organizações parasitárias do Estado: A única finalidade desta multidão de ignorantes famélicos, após terem sido abundantemente envenenados com uma miscelânea de teorias abstrusas contra “tudo isto que está aí”, seria dar apoio e base ao projeto de perpetuação no poder do partido dito “Hegemônico”.

– Exacerbação do preconceito contra o “Patrão Explorador”: Como consequência deste terrível ranço marxista contra o empreendedor, verificamos o extermínio acelerado de qualquer intenção de empreendedorismo e a criminalização das atividades produtivas. Daí à estagnação da economia, o desemprego galopante e queda na arrecadação dos impostos. Foi só um pulo!

– Transformou toda a Classe Média em funcionários Públicos: Diante do extermínio da iniciativa privada empresarial, seja por meio de impostos extorsivos, seja por uma legislação absolutamente maluca e enlouquecedora, ou até mesmo por uma estrutura trabalhista absolutamente contrária a qualquer possibilidade de harmonia entre o capital e o trabalho; o fato é que a classe média se viu premida por todos os meios a buscar uma sinecura no pantagruélico aparato estatal. Quando avaliavam que para ter um salário de 2 ou 3 mil reais, na iniciativa privada, teriam que trabalhar muito, ser bastante competentes e, além de tudo, assíduos, enquanto que um juizeco de 1ª instância inicia a vida ganhando perto de 30 mil, ou mesmo como procurador (desses que procura, procura, e nunca acha nada), iniciariam recebendo uns 15 mil por mês, ficou fácil entender porque toda nossa juventude dourada virou “Concurseiro”.

Dentre todas estas catástrofes, há uma, porém, que eu considero especialmente desastrosa: O abismo que se criou e cevou entre o Brasil do Norte e o Brasil do Sul. Eu explico!

Quando da eleição presidencial de 2002, o candidato Lula obteve uma vitória esmagadora em praticamente todos os estados. As únicas exceções foram: Serra, em Sergipe; Ciro Gomes, no Ceará e Garotinho, no Rio de Janeiro.

LEIAM MAIS E VEJAM AS ILUSTRAÇÕES NO LINK

http://www.luizberto.com/2018/08/19/brasil-do-norte-e-brasil-do-sul/#comments

ROQUE SPONHOLZ

sem solução…


 

MEU NOME NÃO É JOHNNY

magu

Guilherme Fiuza

O título é o mesmo de um livro do jornalista. Vou publicar uma das últimas matérias que Guilherme Fiuza escreveu antes de sua vergonhosa demissão da Globo (jornal e revista Época) onde, segundo as más línguas, por pressões governamentais indevidas a que a Venus Platinada não resistiu. A vida é assim. Mas um realmente bom jornalista não fica sem publicar suas matérias. Eis que ele agora escreve para o respeitado site do Instituto Millenium.

DO PEDALINHO AO VIADUTO

O viaduto Dona Marisa Letícia leva ao paraíso. Não o bairro paulistano, mas o nirvana mesmo. O lugar onde não há culpa, só prazer. Exemplo: o contribuinte brasileiro (você) está pagando US$ 3 bilhões aos americanos pelo assalto de Lula à Petrobras. Enquanto isso, o próprio Lula é convidado para uma animada partida de futebol com Chico Buarque – uma espécie de celebração à delinquência, provando de uma vez por todas que o crime compensa, se tiver a embalagem certa. A única injustiça é você pagar e não ser convidado para jogar também.

Aí a maior cidade da América Latina inaugura uma obra viária com o nome da recém-falecida esposa do maior assaltante da história nacional. Criminoso este já condenado e, agora, em vias de ser preso. Detalhe: a própria homenageada, antes de falecer, estava sendo investigada como cúmplice do marido em seus crimes de corrupção passiva – sendo os mais visíveis deles o do tríplex em Guarujá e o do sítio em Atibaia, aquele que tinha os pedalinhos personalizados “Lula & Marisa”. Os autores da homenagem devem ter imaginado que quem já batizou pedalinho pode batizar viaduto sem problema nenhum.
É disso que o Brasil está brincando nos dias de hoje: passar a mão na cabeça de bandido simpático para ver se salva a lenda populista. Está dando certo. Existe por exemplo uma horda de indignados com o desabafo comovente do mesmo Chico Buarque, dando conta de que não consegue mais andar nas ruas do Leblon sem ouvir o bordão “vai pra Cuba, viado” (*). É mesmo uma grosseria. Resta saber onde estariam os grossos se o cantor não tivesse virado marqueteiro de bandido. Possivelmente estivessem remoendo em silêncio a sua grossa insignificância.

É um enigma insondável essa compulsão de alguns grandes artistas por causas vagabundas. Em Hollywood há uma penca de estrelas, também de inegável talento, comprometidas com a ditadura sanguinária da Venezuela – todos fingindo que o chavismo é a redenção dos pobres do Terceiro Mundo. Assim como os falsos heróis brasileiros, são personalidades que não precisariam dessas lendas fajutas, por já serem, eles mesmos, figuras lendárias (graças à sua própria obra). Ou seja: renunciam à grandeza para besuntar a reputação de verniz falso. Poderia ser altamente pedagógico se, entre um e outro “vai pra Cuba, viado”, surgisse um “se olha no espelho, querido”.

Enquanto houver gente para propor e para tolerar um viaduto homenageando a primeira-dama do petrolão, esse espelho vai sempre refletir um líder revolucionário em lugar do oportunista melancólico. E esse oportunismo faz escola. Entre os candidatos a reabilitar o PT do maior assalto da história estão também procuradores, juízes e outros fascinados com os ganhos fáceis proporcionados pelo tal verniz de esquerda – cuja falsidade se constata num simples olhar para Lula ou Maduro: picaretagem não tem lado, muito menos ideologia.

Rodrigo Janot, de triste memória, está sendo convocado pela Polícia Federal para depor sobre a farsa da delação de Joesley – na verdade uma conspiração tosca para tentar devolver o poder aos companheiros. Entre os cúmplices da malandragem malsucedida estão ministros do STF como Edson Fachin, hoje também conhecido como Edson Facinho, dada a celeridade sem precedentes com que homologou o truque mambembe – contando com a altiva cobertura da companheira presidenta da Corte. Aí você fica sabendo que as provas de Mônica Moura (alguém se lembra dela?) contra Lula e Dilma ficaram sete meses paradas no Supremo – e constata até que ponto pode chegar o altruísmo para com os protagonistas da lenda.
Personagens soltinhos da silva como Dirceu, Dilma e agora até o lendário mensaleiro Pizzolato (obrigado, companheiro Barroso) estão conspirando à vontade e falando pelos cotovelos, com o caixa cheio para promover suas micaretas revolucionárias. Enquanto isso, os outrora diligentes investigadores da Lava Jato – destaque cheio de purpurina para o mosqueteiro Dartagnol Foratemer – estão fazendo comício no Twitter e cuidando, também eles, de se besuntar da lenda salvacionista à prova de espelho.
Ou o Brasil sobe o viaduto das panelas acelerando para ver se chega ao paraíso ou mostra com todas as letras que futebol de bandido é no presídio.

Fonte: “Época”, 18/01/2018


Quase não acreditei quando li o trecho marcado com o (*). Santas periquitas! Passarei a olhar os cariocas com outros olhos… O grifo no texto é meu.

 

ROQUE SPONHOLZ

Alguns tem até vergonha…


 

MUITA SUJEIRA A VISTA

Raphael Curvo

Raphael-Curvo

Rapphael Curvo


O socialismo fracassou porque, no transcorrer de sua evolução, encontrou pelo caminho uma tropa de pessoas desqualificadas para promovê-lo dentro do que inicialmente se propunha. A social democracia tinha objetivos válidos e que bem poderiam se organizar junto ao sistema de produção e economia de mercado. Acontece que a tropa se utilizou da política socialista com intuito único de chegar ao Poder e nele levar aos sonhos toda a massa desinformada do que seria esse sistema de governo. Fica o pensar de que o socialismo, que defende a igualdade de classe via o controle dos meios de produção pelo Estado, navegou por canais e córregos poluídos da imaginação política sem conseguir chegar ao mar do humanismo. Teríamos outro mundo se no passado, os pensadores e líderes dessa vertente ideológica, não mais cabível no mundo de hoje na sua original fundamentação, tivessem um lampejo do que acontece na China. O controle das normas é do Estado, mas o seu povo é livre para exercer os fundamentos da economia de mercado.

E nós brasileiros? O Brasil até hoje não encontrou seu rumo e busca da forma mais sórdida, através dos seus políticos, há exceções, achacar com o Estado sem qualquer preocupação com o futuro de toda a Nação. Tornaram-se, desde a proclamação da República, um bando de grupos interessados unicamente em se manter no Poder e dele desfrutar de regalias e elevação social com uso indiscriminado do dinheiro arrecadado pelos impostos cobrados da população. Exceção feita a Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitscheck de Oliveira e nos governos dos militares, nenhum outro pensou o Estado voltado para o desenvolvimento, fora do âmbito da politicagem. São fracas e quase imperceptíveis a memória de atitudes nesse sentido. Agora vivemos o escárnio da situação que, ao longo dos anos, veio sendo deteriorada pela visão única de deter o Poder e dele usufruir, com bandos e quadrilheiros. Essa é a situação que vive o Brasil hoje, uma escória política despreparada e bandida, desfavorecida de moral e ética, salvo raras exceções, situação que permite a insensatez de uma candidatura de presidiário que ainda faz uso dos meios de comunicação, comprometida com a chacota, para expor programa de governo e propaganda, quiçá, em horário gratuito dos partidos políticos. São chicanas que os togados da maior Corte permitem generosamente aos expoentes políticos, geralmente chefes de bandos. Lulla não é um condenado apenas pelo triplex, ele é condenado também pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Essa é a personalidade política que hoje domina o cenário eleitoral e a imprensa brasileira. Uma lástima.

Leia mais deste post

UM PAÍS RIDÍCULO

Adonis Oliveira, no Jornal da Besta Fubana – 26/08/2018

Adonis de Oliveira

Adonis Oliveira


1. O Supremo Tribunal Federal foi criado com a missão de ser o guardião supremo de nossas leis, nossa constituição e nossas tradições. O problema todo é quando um presidente analfabeto, cínico e altamente corrompido por uma ideologia falida, indica apaniguados seus de NOTÓRIA IGNORÂNCIA JURÍDICA e de REPUTAÇÃO ALTAMENTE DESABONADORA para ocupar estas funções. Tudo isso visando unicamente garantir sua impunidade e da sua gangue, especialmente quando deixarem o poder. Só que o bandido montou um bando de cafajestes tão malandros que estes rasgaram as máscaras e partiram para iniciativas visando o próprio interesse, aprovando para si aumento salarial ABSOLUTAMENTE INCONSTITUCIONAL ao custo de BILHÕES. Quando é depois, ficam reclamando que querem desmoralizar o STF. E precisa de alguém para os desmoralizar? Claro que não! Eles mesmos se encarregam desta tarefa com brilhantismo e denodo.

Os Trapalhões! Fizeram tantas canalhices que estão se borrando de medo da população.

2. Justiça do Trabalho CARÉSIMA, custando bem mais que todas as causas julgadas. Tanto que sairia bem mais barato para a população se fechássemos esta merda de justiça e pagássemos todas as indenizações demandadas. Isso sem falar no terrorismo de um passivo trabalhista que o empregador nunca sabe de quanto será, já que os juízes são sempre muito bonzinhos com os empregados;

3. Funcionários públicos constituindo uma casta à parte do restante da população. Salários imensamente superiores ao mercado, incontáveis benefícios indiretos, aposentadorias integrais, praticamente não podem ser demitidos em HIPÓTESE nenhuma, obrigação de fazer absolutamente nada (Muito mal de comparecer ao local de “trabalho”), etc… Esta última parte até que é boa para a nação, pois, quando se metem a fazer alguma coisa, só fazem merda. São essas hordas imensas de parasitas que votam majoritariamente pela manutenção da atual estrutura escrota. São um verdadeiro câncer no tecido social da nação. Estão matando o hospedeiro e estrangulando a nação, tal qual Allien, o 8º Passageiro, que para ser extirpado teria que degolar a vítima.

Leia mais deste post

A PRIMEIRA VÍTIMA

Carlos Brickmann – 26/08/2018

carlosbrickmann
Carlos Brickmann

Novidade eleitoral: a antiga assessoria de imprensa dos candidatos, que dava sua versão do que estava acontecendo, foi trocada por assessorias digitais, que dão sua versão do que não aconteceu. Inventa-se uma nova realidade política, que nada tem a ver com a realidade propriamente dita – tática utilizada, com êxito, pelos nazistas, orientados por Joseph Goebbels.

Espalhar que Bolsonaro não irá a todos os debates porque tem medo não é verdade: ele tem se saído bem, já que lhe fazem sempre as perguntas, para as quais já tem resposta. Não vai porque, líder nas pesquisas, é o alvo natural dos demais candidatos. Collor não foi a debates, também. E ganhou,

Espalhar que Lula é o favorito porque, embora não possa se candidatar, lidera as pesquisas, é falso. Se não pode se candidatar não é favorito. Ele sabe que não é candidato, finge que é mas já escalou seu reserva. E quer seu nome na urna para levar o eleitor menos informado a votar no reserva.

Os partidos que apoiam Alckmin dizem que ele crescerá com o domínio do tempo de TV. Pode ser – mas os partidos não acreditam no que dizem, tanto que seus dirigentes fazem comícios louvando candidatos adversários. Alckmin está mal nas pesquisas. Para subir, precisa mostrar que não é só um Picolé de Chuchu. Mas quem nasceu para Chuchu, Chuchu é e será.

Nas eleições de 2018, como nas guerras, a primeira vítima é a verdade.

Pernas curtas

A propaganda falsa fantasiada de jornalismo traz riscos: comunicação não é o que se diz, mas o que se escuta, Um grande publicitário estudou o tema. E constatou que a palavra “populismo”, que se considera pejorativa, é muito bem aceita: para boa parte dos eleitores, quer dizer “favorável ao povo”. E “autoritário” não é um termo depreciativo: muitos o consideram positivo, atribuído a quem exerce de fato a autoridade. Insistir muito num tema é perigoso: um ótimo jornalista perguntou ao jardineiro em quem iria votar. Em qualquer um, menos Bolsonaro. “Eu voto lá nesse comunista?”

Coisas estranhas

 coisas que só acontecem por aqui. O PT informou que o deputado Reginaldo Lopes é o coordenador da campanha Lula/Haddad/Manuela em Minas. Este colunista é do tempo em que dois cargos, presidente e vice, eram preenchidos por duas pessoas. Três, no lugar de dois, é novidade.

Duas gêmeas candidatas, uma a deputada federal, outra a federal, são milagrosas. Se eleitas, o emprego vai voltar, a economia vai melhorar, a aposentadoria vai garantir e a pobreza vai acabar. Ruim? Não: ruim mesmo é o jingle, cantado aos berros por uma voz esganiçada. É mais agradável ouvir Suplicy imitando os Racionais MC e massacrando Bob Dylan.

A pesquisa de agora

Uma pesquisa fresquinha, recém-saída do forno, elaborada pelo IPESPE para a XP Investimentos: Lula (que, embora não possa ser candidato, está na planilha) cresceu dentro da margem de erro. Na menção espontânea, foi de 15 para 18%; na estimulada, de 31 para 32%. Num hipotético segundo turno, tem vantagem de oito pontos sobre Bolsonaro. Entretanto, Lula tem a maior rejeição entre os pesquisados: 60%, contra 59% de Bolsonaro. A alta rejeição dificulta seu crescimento e permite que surja um novo nome entre os favoritos. A TV, normalmente, influencia muito o eleitorado.

O poste

Como Lula não é candidato, qual a posição de seu reserva Haddad nas pesquisas? Haddad perdeu dois pontos no cenário em que aparece como “apoiado por Lula”, caindo de 15% para 13%; e um ponto se substituir Lula como candidato, embora com nome e número de Lula na urna. Mas, como é provável que a Justiça examine a situação de Lula no início de setembro, se o ex-presidente entrar no horário gratuito ficará poucos dias. E a situação de Haddad se tornará clara para os eleitores.

Brasil de ontem

Este estudo não é partidário (abrange governos do PSDB e do PT), não tem nada a ver com campanha eleitoral, mas mostra qual tem sido o rumo do Brasil de 1995 até hoje: para baixo. Em 1995, o Brasil (com renda por habitante de US$ 8.524) era mais rico do que sete países com nível semelhante de desenvolvimento: Croácia (US$ 8.477), Uruguai (US$ 8.045), Estônia (US$ 7.314), Turquia (US$ 7.000), Polônia (US$ 6.540), Lituânia (US$ 5.324) e Letônia (US$ 5.135).

Em 2015, a Estônia liderava o grupo (US$ 17.003 – valor constante, dólar de 2010; seguem-se Lituânia (US$ 15.347), Polônia (US$ 14.655), Letônia (US$ 14.320), Uruguai (US$ 13.944), Croácia (US$ 13.876), Turquia (US$ 11.523). E, na rabeira, Brasil (US$ 11.212).

A pesquisa é da Fundação Índigo de Políticas Públicas, com números oficiais do Banco Mundial. Uma curiosidade, observada por este colunista: quem cresceu foram os países que reduziram o tamanho de seus governos.


COMENTEcarlos@brickmann.com.br

Twitter@CarlosBrickmann

E AGORA, GILMAR?

magu

Após libertar por três vezes as baratas, perdão, os baratas, Gilmar Mendes e o triunvirato libertador do STF agora tem de encarar o fato que o empresário rei dos ônibus acabou confessando ao juiz federal Marcelo Bretas que o pagamento de propina para políticos do Rio de Janeiro vinha se estendendo por 20 anos. O juiz carioca ganhou milhares de pontos na refrega judicial e os lá de cima tem de esconder a careca embaixo da toga, porque passaram vergonha…E como será que vai ficar o pedido do MPF sobre a suspeição do ministro, que agora parece provada?

Vejam a notícia completa no portal G1

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/08/24/rei-dos-onibus-admite-em-interrogatorio-existencia-de-caixa-2-a-politicos-do-rj.ghtml

E O ELEITOR CONSERVADOR?

Percival Puggina – 

puggina
Percival Puggina

Observe a conduta de muitos dos principais meios de comunicação brasileiros, seus editoriais e mais badalados comentaristas. Não precisará muito tempo para concordar com esta afirmação: eles decidiram que o problema do Brasil não são os corruptos, nem é a esquerda retrógrada, nem a irracionalidade do modelo institucional, nem a irresponsabilidade fiscal dos parlamentos, nem a instabilidade criada pelo STF. O que tem que ser combatido no Brasil é o conservadorismo. Não lhe deve ser concedido direito de representação e precisa ser alvejado até que não reste em pé um só desses idiotas para que suas pautas não ganhem força institucional.

Ampla maioria da população crê em Deus e reconhece a importância da religião e da instituição familiar. É contra a ideologia de gênero e quer proteger as crianças dos abusadores que pretendem confundir sua sexualidade. É contra o aborto, o desarmamento e a liberação das drogas. Quer segurança e bandidos na cadeia. Repudia o feminismo como pauta política, movimento revolucionário, ou fundamento de uma nova moral. Não admite a transformação da sala de aula em oficina onde o professor opera como torneiro de cabeças. Rejeita o deliberado acirramento de conflitos que se tenta impor em vista de diferentes cores de pele, olhos e cabelos; ou de classe, apetite sexual, faixa etária, renda. E por aí vai.

Os grandes veículos a que me refiro, ou advogam do lado oposto, ou jamais revelaram qualquer interesse por tais posições. Da ideologia de gênero ao feminismo mais transgressor. Degeneradas fazem orgia com símbolos sacros em via pública? Noticia-se o ocorrido como quem descreve um pôr do sol sobre a Lagoa, ou se fala em liberdade de manifestação e em tolerância. É a pretendida tolerância com o intolerável e com os intolerantes…

De fato, o período que estamos vivendo oferece oportunidades extraordinárias para observarmos o principal alinhamento de grandes meios de comunicação. Mesmo quando há diferenças importantes entre eles, sobressai um denominador comum que resiste à desilusão de muitos profissionais com as antigas convicções. Até os que delas se divorciaram antes de ficarem viúvos da esquerda participam da confraria que pode ser definida como a união de quase todos no repúdio às posições conservadoras. E essa intransigência, hoje, tem como alvo o candidato Bolsonaro, saco de pancadas da eleição presidencial. Praticamente todos se dedicam a malhá-lo, haja ou não motivo para isso. Aliás, não precisaria motivo. O conservadorismo basta.

Tal atitude reforça a natural conduta dos demais candidatos. A posição de Bolsonaro nas pesquisas já seria motivo suficiente para todos o atacarem. Com a mídia comandando a artilharia contra o adversário comum, o que pudesse haver de conservadorismo em qualquer deles foi jogado no arquivo morto. “A mídia rejeita e está ajudando”, dirão. Objetivo alcançado: há um único representante dessa importante corrente de opinião indispensável para realinhar aspectos essenciais da vida nacional. Agora, basta abatê-lo e esperar, ali adiante, a colheita integral do “progressismo” plantado por ação ou omissão.


* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

ROQUE SPONHOLZ

Pô, cara !00rs0824brs